"A inefável dança entre vida e morte": crítica de Alyne Rehm para o espetáculo "Mares e Nuvens Flutuantes"
(foto de Fábio Zambom) Quarta-feira, 9 de julho de 2025. Noite de estreia. No palco do Teatro Oficina Olga Reverbel, em Porto Alegre, se deu a primeira e única apresentação do espetáculo de butoh Mares e nuvens flutuantes, quinto espetáculo em que Ana Medeiros e Hiroshi Nishiyama dividem a cena e terceiro sob direção de Etsuko Ohno. Antes de seguir, quero pedir já de antemão desculpas por quaisquer coisas que eu possa dizer sem o devido conhecimento da cultura japonesa. Não sou uma conhecedora dos hábitos e dos costumes japoneses, mas tenho a impressão de que, no Japão, tem-se muito respeito pela vida, pela morte, pelo tempo. Tanto no que tange a si quanto no que tange ao outro. Respeito e cuidado. E digo isso pensando que, desde os primeiros instantes do espetáculo, desde a entrada do público no teatro, havia respeito e cuidado. Ao entrarmos, recebemos um rolinho de papel. Não me detive a abri-lo. Guardei-o na bolsa enquanto me acomodava na cadeira e me pus a observar a cena. O respei...